Um baseadinho não faz mal a ninguém?

Essa crítica foi feita por mim faz alguns meses, mas o assunto continua atual, assim como ela. Espero que gostem e lembrem-se: O Bronco só fuma dinamite. 

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Um baseadinho não faz mal a ninguém. Foi Plínio de Arruda Sampaio, candidato a presidência na última eleição em 2010 quem disse a frase. Um baseadinho não faz mal a ninguém. Mas por que um baseadinho não faz mal a ninguém? Ou ele faz?

Cannabis sativa é o nome cientifico da planta conhecida popularmente como maconha, cultivada em países do mundo inteiro. Desde a Antiguidade a maconha é conhecido pelo homem, porém, teve usos diferentes no passado como a fabricação de papel e tecidos, uso na medicina e na culinária. Ao longo dos anos os efeitos da planta no organismo tornaram-se do conhecimento do homem que passou a usá-la mais amplamente, principalmente para fins de alteração do estado fisico e mental.

Pesquisadores, cientistas, professores, usuários e pessoas comuns debatem ferozmente sobre os efeitos positivos e negativos da planta considerada droga. Existem efeitos benéficos a saúde assim como maléficos, variando de organismo para organismo. Fumar maconha pode causar um estado de relaxamento, uma percepção alterada da realidade, aumento dos sentidos e da libido e até mesmo um explosão de criatividade, além de poder ser usada em tratamentos medicinais que geram muita controvérsia entre os profissionais da saúde. Analisando os pontos negativos a maconha pode causar dependencia, uma infinidade de doenças pulmonares devido ao consumo da droga ser pelo fumo da mesma, além de alterações psicológicas passageiras e em casos mais graves doenças mentais crônicas, . Claro que isso depende da pessoa, podendo acontecer com uma e com outra não. Mas e do ponto de vista social? Um baseadinho não faz mal a ninguém?

A legalização da maconha é amplamente debatida, sempre gerando controvérsias. Qual a vantagem de uma legalização? Pode-se reduzir o tráfico da droga, porque ela passando a ser legal pode ser controlada pelo ministério da saúde e outros órgãos responsáveis, mas o problema é justamente o tal controle da droga. A venda da maconha legalizada pode ser controlada ou os usuários a usarão em excesso? É algo dificil de afirmar com certeza, mas quando essa questão é levantada sempre surge o exemplo da Holanda onde o consumo é permitido e bastante popular. Será que o povo brasileiro já possui maturidade suficiente para permitir o uso da droga? Lembrando sempre que o álcool é legal e causa inúmeros problemas a sociedade, principalmente no trânsito e em brigas domésticas, a maconha legalizada não geraria problemas em igual ou maior escala do que a bebida alcóolica? Como um motorista em um estado de relaxamento extremo reage no trânsito? É sempre uma questão a ser pensada, como seria a sociedade convivendo com a maconha legal? Existem usuários controlados da droga, contudo isso não se torna uma regra, sendo que as pessoas são diferentes tanto psicológicamente quanto fisicamente. Um usuário pode exagerar no uso e tornar-se um dependente, assim como existem as pessoas propensas a tornarem-se dependentes quimicos. Sem contar que acabando com o tráfico da maconha, ainda existirá o tráfico de outras tantas drogas muito mais prejudiciais, como o imenso problema do crack e recentemente da nova droga chamada oxi. Realmente a legalização é uma questão polêmica e que ainda precisa de muita discussão.

Saindo da pretendida legalização e entrando na atual ilegalidade voltamos a frase célebre do candidato Plínio: “Um baseadinho não faz mal a ninguém.” Quanto vale um baseado? Não o seu valor no aspecto financeiro, mas sim no aspecto social. É uma droga ilegal, logo não pode ser vendida em qualquer lugar o que cria a atividade criminosa sobre o produto. O povo está ciente de que existe o tráfico de drogas que varia da maconha ao ecstasy, da cocaína ao crack e da heroína à metanfetamina, entre outras tantas drogas ilícitas. Antes de analisar quanto vale um baseado, pense em quanto vale uma vida. É possível estipular o valor da vida humana? Quanto vale um inocente morto por uma bala perdida? Qual o valor da dor de uma família que teve um ente querido torturado e morto por traficantes? Deve-se levantar que valor sobre uma pessoa morta por engano pela polícia? É praticamente impossível responder a tais perguntas, mas ainda temos outras. Quanto vale o seu barato no meio de tudo isso? Vale a pena comprar seu baseadinho pra curtir um barato? Talvez o preço por aquela sensação prazerosa seja bem mais caro do que míseras cédulas de papel. Esse é um ponto de vista que o usuário nunca leva em conta: a dor que o tráfico causa na sociedade.

A pessoa tem o direito de fazer o que bem entender com seu próprio corpo, mas o uso de drogas em geral não causa problemas somente ao individuo que as usa e sim a toda a comunidade, indireta ou diretamente. Nesses momentos alguns usuários que defendem ferrenhamente os beneficios da legalização da droga, assim como defendem com o mesmo vigor inúmeras causas políticas e sociais, fecham os olhos para a origem de seu baseado e os problemas que ele causa. Nessa hora prevalece a indiferença. Lembre-se, na próxima vez que acender o seu baseado e queimar tudo até a última folha,mesmo que você não queira, o sangue também está em suas mãos.