domingo, 15 de janeiro de 2012

Análise do UFC 142: o ano começou com tudo para o MMA


O MMA não poderia ter começado de maneira melhor. O UFC Rio II (142), foi um dos eventos de maior nível técnico e de maior emoção dos últimos tempos. Lutas de nível altíssimo, nocautes espetaculares, submissões perfeitas e a torcida brasileira mostrando aos gringos o que é empolgação. Mesmo com o horário pesado, ficar acordado de madruga valeu a pena, porque quem viu o evento, vai concordar comigo e dizer que foi fantástico. Veja a minha análise do card preliminar e do card principal:

Card Preliminar:
Felipe Sertanejo castigando Antonio Carvalho. O apoio da torcida brasileira foi crucial no combate.
Felipe Setanejo começou bem o combate e ganhou claramente o primeiro round, mas no segundo as coisas se inverteram e o canadense Antonio Carvalho (esse nome é pela sua ascendência portuguesa) conseguiu aplicar melhor o seu jogo e dominou o brasileiro. Foi aí que a torcida brasileira fez a diferença. A cada golpe de Carvalho, cada posição que ele saia melhor, a torcida brasileira vaiava imensamente. Cada vez que Sertanejo conseguia sair-se bem, a torcida ovacionava como se estivesse comemorando um gol. No fim, Sertanejo conseguiu vencer o terceiro round e o combate. No fim ele declarou que a vitória foi dele e de toda a torcida brasileira, porque sem ela não teria conseguido vencer o combate.

Essa deve ter sido a despedida de Ricardo Funch do UFC. De novo.
A luta seguinte foi entre o americano Mike Pyle e o brasileiro Ricardo Funch. O americano iria inicialmente lutar contra o policial do BOPE de Brasília, Paulo Thiago, que levou a torcida a loucura no primeiro UFC Rio, mas Paulo Thiago acabou lesionado e Ricardo Funch entrou em seu lugar. Não teve muito combate. Pyle é um adversário perigoso e conseguiu acertar bons golpes em Funch, que recuou e levou uma joelhada certeira do americano em seguida. Mais alguns golpes bastaram para Mário yamasaki interromper o combate aos 1:22 do primeiro round. Ricardo Funch acumulou a sua terceira derrota em três lutas pelo UFC.

Marajó finalizou o japonês. O juiz discorda.
Yuri Marajó foi superior ao japonês Michihiro Omigawa no primeiro round, mostrando uma trocação melhor e ótimas defesas de queda. O primeiro round acabou no chão, com Marajó aplicando um armlock no japonês. É aí que repousa a polêmica da luta. Quem prestou atenção na luta, viu que o japonês bateu assim que levou o armlock, mas Marajó rolou para apertar a chave melhor, assim o juiz não viu ou fingiu que não viu a submissão. Assim que terminou de rolar, o japa deu um tapa, um sinal de desistência, o juiz pulou em cima e o sino tocou. Leon Roberts naõ sabia se encerrava a luta ou o round. Acabou escolhendo o segundo. Marajó continuou superior, mas o rendimento foi caindo conforme a luta avançava. No terceiro round o japonês conseguiu um grande avanço em seu jogo, mas não foi o bastante para vencer o brasileiro. Ao meu ver, Marajó venceu a mesma luta duas vezes.

Napão lutou com muita inteligência em seu retorno ao UFC.
Todos esperavam uma atuação fantástica de Ednaldo Lula por ser sparring de Junior Cigano (os comentaristas do Canal COmbate que o digam), mas não foi bem o que aconteceu. Gabriel Gonzaga entrou subestimado, mas mostrou experiência em seu retorno ao UFC depois de uma má fase na carreira. Gonzaga, o Napão, respeitou o boxe do adversário e esperou o momento certo para levar a luta para o chão. Lula defendeu-se como pode, mas não conseguiu evitar o belo mata-leão que Napão conseguiu aplicar.  Moral da história: ser sparring do peso pesado mais foda da atualidade, não quer dizer que você vai ser o segundo peso pesado mais foda da atualidade. Ponto pro Napão.

Essa foi a luta mais equilibrada da noite. Thiago Tavares começou melhor, minando completamente o jogo de Stout. Thiago levou a luta para as grades, o que deixou Stout apenas na defensiva e impedido de usar a sua perigosa trocação. Tavares venceu claramente o primeiro round, mas as coisas começaram a complicar no segundo, quando Sam Stout começou a defender quase tudo que o brasileiro tentava aplicar e ia melhor na luta em pé. O terceiro round foi praticamente uma repetição do segundo, fora que Thiago Tavares levou um puta chute no saco e a luta ficou paralisada quase cinco minutos. Os juízes deram a vitória para o brasileiro, mas não é nenhuma surpresa dizer que Stout também teve cara de vencedor. Uma luta muito equilibrada. Polêmica garantida.


Card Principal:
Tá vendo isso aí? Foi um dos melhores nocautes da história. Em dois ângulos pra você.
Essa foi a luta que ganhou o prêmio de luta da noite e nocaute da noite. E não é pra menos. Trocação intensa do começo ao fim, com excelentes chutes giratórios do brasileiro Edson Barboza. O inglês Terry Etim não ficou para trás e também mostrou que é um grande striker. A luta seguiu com a vantagem de Edson Barboza nos três rounds. No terceiro o ritmo dos dois diminuiu bastante, mas o brasileiro continuou no controle até que acertou um chute giratório sensacional bem no meio da fuça do inglês, que caiu como um tronco de árvore no chão. Foi um dos nocautes mais incríveis da história do MMA e eu não estou exagerando. Sinta as emoções no replay:



O aluno de Anderson Silva ganhou, mas não levou.
Erick Silva provou ontem que não está no UFC de brincadeira. Depois de alguns segundos de estudo, Erick explodiu com um soco na cara do compatriota Carlo Prater, seguida de uma joelhada no tronco e uma saraivada de socos na cabeça até Mário Yamasaki intervir e terminar o combate. Porém, a comemoração de Erick durou pouco. Ele foi desclassificado por ter atingido a nuca do adversário, mas conferindo no replay, deu para ver que no máximo dois golpes foram na nuca e isso não mudaria o resultado do massacre. Acredito que Mário Yamasaki interrompeu o combate precisamente, mas desclassificar Erick Silva foi um equívoco. Mesmo assim a moral de Erick está alta no UFC e Dana White lhe garantiu o bônus pela vitória do mesmo jeito.

Toquinho: O Colecionador de Pernas.
Rousimar Toquinho mostrou que estava muito concentrado em seu combate contra o americano Mike Massenzio, diferente do que aconteceu em seu último combate. O americano respeitou Toquinho e manteve distância, mas o brasileiro tomou a iniciativa e partiu para cima. Depois de uma rápida trocação, Toquinho conseguiu levar a luta para o chão. Quando Mike Massenzio pensou que consegueria escapar, Toquinho mostrou a sua especialidade e aplicou uma chave de calcanhar que fez o americano pedir penico. Toquinho ganhou merecidamente o prêmio de finalização da noite, além de mais uma perna para a sua coleção.

Lutou mais pesado, falhou em sua melhor estratégia, foi finalizado e demitido. Você manja, Anthony Johnson. Manja demais.
Essa foi a luta que envolveu o maior drama antes do evento. No dia da pesagem, o americano Anthony Johnson estava 5 kg acima do limite máximo de peso da categoria dos médios (84kg). Com isso o americano já levou uma mijada de Dana White e Lorenzo Fertitta, que ameaçaram demitir o lutador. Jonhson perdeu 20% de sua bolsa para Belfort, que aceitou lutar mesmo com o adversário mais pesado e combinaram para que o peso de Johnson fosse 93kg. Na luta o americano deixou claro que sua tática era manter Belfort no chão, já que os socos do brasileiro são temidos. Anthony Johnson derrubou Belfort, mas depois de inatividade a luta voltou em pé. Isso aconteceu também quando Johnson prendeu Belfort contra as grades. Quando a luta retornou ao centro do octógono, a trocação de Belfort foi demais para o americano, que apenas se defendeu até Belfort levar para o chão e  começar o ground and pound. Johnson estava conseguindo defender-se razoávelmente até que Belfort viu a chance e encaixou uma mata-leão. A última vez que Belfort havia finalizado alguém, foi Bobby Southworth em 2001, no PRIDE. Anthony Johnson foi demitido do UFC devido a sua enorme falta de profissionalismo e Belfort mostrou que ainda entende de jiu-jitsu.

Bons sonhos, Chad.
O combate principal da noite começou equilibrado, com José Aldo e Chad Mendes cautelosos na trocação e usando mais os chutes baixos. Mendes conseguiu agarrar Aldo depois de um tempo e prendeu o brasileiro na grade. Começou um cabo de guerra, com Mendes tentando derrubar e Aldo tenatndo ficar em pé. O brasileiro levou a melhor e não deixou que o americano invicto o levasse para o chão. Faltando menos de dez segundos para o fim do combate, Aldo se soltou e virou-se do nada, acertando uma puta joelhada monstra na cara de Chad Mendes. Um golpe que ninguém esperava e derrubaria qualquer um.

PIMBA!
Aldo caiu em cima de Mendes com mais dois socos e o americano dormiu na hora. O sino tocou, Mário Yamasaki separou e José Aldo ligou o botão foda-se! Aldo não quis nem saber se ganhou ou perdeu e quebrou protocolo: praticamente arrombou a porta do octógono, correu e pulou no meio da torcida para comemorar com a galera, para desespero dos seguranças. Foi um momento foda pra caralho, sensacional e que você precisa ver abaixo:





Aldo venceu por nocaute, aos 4:59 do primeiro round, acabou com a invencibilidade de Chad Mendes, provou que é um campeão nato e fez história ao comemorar com a torcida brasileira. Você é foda Zé.

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7 comentários:

  1. a finalização do Belfort não foi um esgana-galo? Ou estou engando? e.e

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  2. Assisti o card inteiro ontem.. tanto o preliminar como o final, e com toda certeza esse UFC 142 entra na história por muitos motivos que você mesmo citou no seu post.
    E sobre a comemoração do Aldo... CARALHO! Foi muito foda aquilo, ele entrará na história do UFC como o primeiro lutador que arrebenta o portão do octogon enfrenta os seguranças e ainda pula lá no meio da torcida.. simplesmente foda!

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  3. Esse UFC 142 foi muito bom. Valeu a pena ficar acordado. Se tivesse premio para melhor comemoração da noite, iria para o Aldo. Eu ri muito quanto quando ele foi para galera.

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  4. Gente, UFC 142 foi muito bom!
    E teria sido perfeito sem o Galvão Bueno e se a Globo tivesse transmitido, também, o Card Preliminar.

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  5. Aldo, Toquinho e Barboza foram espetaculares mesmo, só as lutas deles já valiam o UFC 142 inteiro

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  6. Só faltou o Paulo Thiago no card principal e não acontecer essa cagada com o Erick Silva. Aí seria um evento perfeito.

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