quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Os sujeitos mais broncos da História - Nong Toom

O post de hoje é um pouco diferente dos dois últimos, sobre Rasputin e Fidel Castro, já que não se trata de nenhum líder político ou uma figura histórica marcante. Nong Toom é uma das pessoas mais famosas e corajosas da Tailândia e sua importância está justamente na sua coragem. Continue Lendo e confira:

E aí? Você pegaria?
Nong Toom não nasceu com esse nome. Seu verdadeiro nome é Parinya Charoenphol e nasceu na Tailândia em 19 de junho de 1981. Hoje Nong Toom é uma celebridade na Tailândia devido ao fato de ter sido campeão de muay thai no maior torneio da Tailândia. Não, não foi um erro de digitação. Nong Toom era um homem. Lamento acabar com a sua alegria, leitor de calças arriadas.

Desde criança, Parinya estava ciente sobre sua identidade feminina. Evidentemente isso trouxe muitos problemas ao jovem Parinya.  Ainda criança passou um tempo em um templo budista, mas devido a má aceitação de seus colegas monges, assim como o resto da sociedade, Parinya começou a treinar muay thai para poder se defender das agressões que sofria. Foi ai que descobriram o seu talento para a luta e Parinya resolveu entrar no circuito profissional de muay thai, para poder melhorar a condição de sua família e realizar a sua tão desejada operação de mudança de sexo.

Tranformações de Nong Toom
Na Tailândia, os transexuais e travestis (conhecidos como kathoey) possuem uma aceitação maior do que no resto da Ásia e até mesmo no Ocidente. Mesmo assim, ainda são muito hostilizados quando ocupam posições de destaque, não tem boa aceitação da família e geralmente se limitam a apresentações em cabarés, ao entretenimento de turistas e a prostituição. Parinya mudou isso, atacando justamente na mais masculina das paixões tailandesas, o muay thai. A carreira de Parinya, agora conhecido como Nong Toom, começou em 1998 e logo ele já era um fenômeno nacional. Conhecido pelo seu ritmo agressivo e estilo que combinava muito bem a potência e a técnica do muay thai, Nong Toom tornou-se um dos lutadores mais temidos de sua categoria, mesmo entrando no ringue de batom e maquiagem. Pois é, essa era outra característica marcante de Nong Toom: entrar no ringue travestido de mulher. Isso lhe rendeu o apelido de “Lady Boy”, mas as aparências enganavam bastante. 

Todos riam no começo da carreira de Nong Toom, quando viam aquele menino de 16 anos, franzino e vestido de menina subir ao ringue para enfrentar lutadores maiores, muito mais musculosos e expelindo testosterona pelos poros. Mas quando o sino tocava, o que se via era Nong Toom surrando impiedosamente seus adversários, em todos os seus combates. O ritmo frenético, a precisão dos golpes e o incrível poder de nocaute de Nong Toom, conquistaram o público tailandês. “Lady Boy” passou de ser motivo de risos de escárnio para sorrisos e gritos de alegria, devido aos espetáculos que proporcionava. 

Nong Toom em tempos de combate.
Outra característica de Nong Toom, foi amenizar a hostilidade que os lutadores de muay thai possuíam um com o outro. Muitos levavam a briga para fora do ringue também, odiando um ao outro de verdade. Nong Toom deixava a violência apenas dentro do quadrilátero, sempre indo beijar no rosto o seu adversário depois de surrá-lo, em sinal de amizade. Alguns ficavam irritados com a atitude do adversário kathoey, mas o que eles poderiam fazer? Bater eles não conseguiam, não é mesmo?

Assim Nong Toom conseguiu tornar-se o primeiro kathoey a ser campeão nacional de muay thai, com 22 vitórias na carreira, sendo 18 delas por nocaute. No ano seguinte, Nong Toom precisou anunciar a sua aposentadoria dos ringues, já que havia começado a tomar hormônios femininos e o seu desempenho iria diminuir. Além disso, planejava ingressar na carreira de cantora e atriz, já que havia conseguido juntar dinheiro suficiente para a sua cirurgia de mudança de sexo.

Nong Toom realizou a sua cirurgia de mudança de sexo em Bangkok no Yanhee International Hospital, depois de ser recusada por alguns cirurgiões. Nong Toom ganhou um filme sobre a sua vida em 2003, chamado “Beautiful Boxer”, atuou no filme “Mercury Man” no papel principal, publicou livros e participou de documentários do National Geographic. Ela voltou ao muay thai em 2006, agora competindo como mulher, mas resolveu não seguir carreira. Ela adotou uma filha e abriu a própria academia em Pranburi, aonde ensina muay thai a crianças carentes e treina novos lutadores kathoey.


Agora você deve estar se perguntando “como você tem coragem de dizer que essa bichona é um sujeito bronco?” Bom, eu acho que você que pensou isso, com certeza cagaria de medo se subisse no ringue com Nong Toom. Ela teve que lidar com o preconceito desde criança e enfrentou isso de cabeça erguida, atacando a ignorância com muitos socos, chutes, joelhadas e cotoveladas. Tornou-se estrela máxima em um esporte extremamente macho, mesmo usando maquiagem. Conquistou o respeito de um país inteiro dando a cara a tapa e conseguiu realizar seus sonhos. E convenhamos, é preciso ter muitos culhões pra ter coragem de cortá-los fora. Se você ainda acha que Nong Toom não é bronca o suficiente, vai lá dizer isso pra ela. Confira abaixo o trailer do filme sobre sua vida:




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11 comentários:

  1. Ótimo texto..
    mostra que aqui o bagulho é Bronco mas num é preconceituoso!
    E na boa, eu cagaria de medo de encarar ela..

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    Respostas
    1. Isso aí. E ela é muito mais macho que muito bombadinho de academia que anda por aí batendo nos outros. Quero ver irem lá bater alguém como ela.

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    2. Gostaria de ver esses bombadinhos que batem em homossexuais tetando encostar um dedo nela. Ia ser muito engraçado. Ainda mais se alguém filmasse e caísse no youtube.

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  2. Deve ser muito frustrante apanhar de um cara vestido de mulher HAHAHAHAH foda D:

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  3. mto bom o a história e o txt,"E convenhamos, é preciso ter muitos culhões pra ter coragem de cortá-los fora" hauahauahauahau raxei'

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  4. Achei este post fantastico, muito bom mesmo, sem preconceito, sem reservas e além do mais falando sobre o Muay Thai, todos estão de parabéns.

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  5. Mto bom texto. Esse aí nunca vai precisar apelar pra lei Maria da Penha.
    Coragem não tem relação com opção sexual.

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  6. os bombadinhos de academia deviam se inspirar em Bronco, e deixar de sair a noite para procurar homem, isto sim e personalidade psrabens Bonco.

    dora

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  7. Muito bom abordarem o tema, só acho que deveriam ter respeitada ela e tratado no feminino.

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    1. Não foi falta de respeito. Se tratei como ele em algum momento, foi por puro descuido.

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