terça-feira, 27 de março de 2012
Primeiras impressões do TUF Brasil
O primeiro The Ultimate Fighter fora dos Estados Unidos finalmente começou. O TUF Brasil estreiou nesse domingo, depois da meia noite. E tenho que ser franco, estreiou muito bem e superou muito as minhas espectativas, tanto pelos lutadores quanto pela qualidade do programa.
Antes do TUF começar, como sempre os manjadores de plantão começaram a afirmar que o programa seria uma grande merda. O argumento seria de que a Globo acabaria com o programa e faria tudo a sua maneira. Pra começo de conversa, essa possibilidade nunca existiu, porque quem produz o The Ultimate Fighter é o próprio UFC e a Globo cabe apenas o direito de transmissão.
Mas depois da estréia do programa no domingo, eu senti um grande alívio com a sensação de bocas sendo caladas. Sim, tivemos Galvão Bueno. A Globo teve quinze minutos para fazer uma introdução sobre o esporte e o programa e como diria Luciano Huck:
O programa contou uma breve história sobre o surgimento do esporte, sobre como o UFC começou e sobre o reality show em questão, o TUF. Galvão Bueno, para a minha surpresa, estava contido, falando apenas o que deveria falar e soltando poucos bordões clichê. Não teve o Galvão querendo ensinar padre a rezar missa como ele costuma fazer na F1 ou aquela lambeção de saco imensa no futebol. Ignorando o seu físico de coxinha de rodoviária, Galvão fez tudo certo, o que fez a sua presença ser bem menos insuportável. O ponto baixo desse programa foi a reportagem do metido a engraçadão Tiago Leifert, que chegou a comparar o TUF com o BBB.
O programa ainda teve a participação de Junior Cigano, que foi técnico do The Ultimate Fighter 13 ao lado de Brock Lesnar. Foi a melhor escolha para poder falar do programa e das regras do esporte e Cigano foi bem articulado e fez tudo certo. Resumindo, o saldo do programa de apresentação foi positivo, bem didático, principalmente para as pessoas que são totalmente leigas no esporte. Mas o TUF... Foi espetacular!
O programa mostrou seguir fielmente os passos das edições americanas, sem nenhum apresentador, apenas com os depoimentos dos técnicos e dos lutadores sendo interligados entre as lutas. O único ponto bizarro dessa edição, foi a dublagem escrota por cima da voz de Dana White. Acredito que legendas bastariam para o chefão careca, mas considerando que muita gente não consegue acompanhar legendas, isso é tolerável.
Foram realizadas 16 lutas eliminatórias, oito entre os penas e oito entre os médios, e é claro que nem todas foram exibidas, porque assim o programa teria umas três horas. Mas as que não foram exibidas tiveram seus melhores momentos comentados pelos técnicos Wanderlei Silva e Vitor Belfort, então o telespectador não perdeu muita coisa. Os combates foram de altíssimo nível, com destaques para Massaranduba que nocauteou rapidamente, para o fisioterapeuta Wolverine, para Bodão e Vina.
Tiago de Oliveira Perpétuo, o Bodão, vem se recuperando de um câncer no ombro e conseguiu vencer o seu combate contra João Paulo Tuba na decisão. Duplamente vencedor. Marcos Vinicius, o Vina, é o lutador mais experiente entre os penas, além de bater muito forte. Por alguns momentos deu até a impressão que ele estava segurando a sua força contra o adversário. Vitória por nocaute, é claro. Wolverine marcou por ser peculiar: "Além de lutador, sou fisioterapeuta. É paradoxal: a mão que bate é a mão que cura. Me identifico com o Wolverine porque ele tem o fator de cura, e eu também, em minhas mão". Já Massaranduba não tem muito o que falar, porque o cara é um trem descarrilhado. Entrou no octógono e nocauteou em segundos. A última luta da noite, entre Leonardo Macarrão e Samuel Trindade merece destaque pela garra dos dois lutadores. Não foi a luta mais técnica da noite, mas de longe a com mais garra.
Quanto aos técnicos, ainda não pudemos ver muita coisa além de seus comentários sobre as lutas. Mas a princípio Vitor Belfort será o tipo de treinador sério, bem articulado e que não gosta de muita farra. Wandeco por outro lado mostrou que vai ser o queridinho do povão, mesmo com a sua piada de tiozão de churrasco: "Essa doeu até em mim. O chute no saco é o golpe mais doído do MMA. A gente usa proteção, o 'cup'. Inclusive, o meu é GG."
O TUF foi excelente e parece que a qualidade desta edição será altíssima. Podemos esperar muitas risadas com Wanderlei Silva, lutas excelentes e uma boa promoção para a revanche dos dois técnicos. Além disso, o crescimento do esporte é evidente, já que o reality show marcou um crescimento de 25% do ibope da Rede Globo no horário. Espero que tudo dê certo, não pelo bem da emissora, mas pelo bem do esporte.
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3 comentários:
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Muito bom texto André.. vc é foda
ResponderExcluirLembrando que a 3ª luta mostrada foi a derrota do Johnny Kabeça, um cara da minha cidade, que dá aula de Muay Thai pros meus amigos
Galvão falou uma coisa errada, que o vencedor do programa não poderia perder nenhuma luta e enfatizou dizendo que não havia outra hipótese de ser o Ultimate Fighter! Mas não é verdade, existe campeão de TUF que perdeu luta e voltou pra substituir algum desfalque.
ResponderExcluirIsso que você afirmou, é uma excessão à regra. Não dá pra afirmar que o Galvão falou errado.
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