segunda-feira, 25 de março de 2013

A resistência ao MMA feminino


Nunca o MMA feminino esteve tão em alta como está agora. Possuindo Ronda Rousey como sua principal estrela no momento, posto que já foi de Cris Cyborg e Gina Carano, a divisão feminina está em ampla ascensão, entretanto, ainda enfrenta muita resistência do público por motivos superficiais. Por que o MMA feminino ainda não é aceito? E mais, essa desaprovação tem fundamento? Continue Lendo a análise.

Eu já cansei de ver comentários em notícias sobre MMA e fóruns especializados, críticas quanto a divisão feminina do esporte. São críticas imbecis, dizendo que MMA é coisa de homem e mulher não deve lutar. Indo mais além, dizendo que qualquer luta é coisa de homem e mulher não deve se envolver. Esse tipo de comentário é puro machismo atrasado, coisa de sujeito troglodita. Quem é que pode dizer que um esporte é coisa de homem ou de mulher? Ninguém. Cada um pratica o esporte que quiser, desde que seja sua vontade. Não cabe a ninguém decidir o que é de homem e de mulher, então essa ideia de que "MMA é coisa de homem e mulher não deve se envolver", pra mim cai por terra logo de cara.

O domínio de Ronda Rousey contra as adversárias é incrível.
Outro sinal de machismo e estupidez são as críticas aos combates em si, direcionados principalmente a atual estrela do MMA feminino, Ronda Rousey. Já cansei de ver gente falando que as lutas são chatas e sem técnica e que Ronda é apenas uma construção midiática, uma farsa criada na base da propaganda. Eu não entendo como pessoas ditas fãs de MMA, podem fechar os olhos e pensar de maneira tão idiota quanto as lutas da divisão. Ronda Rousey tem feito algumas das lutas mais técnicas e empolgantes que tenho visto em tempos. Não se vê grandes strikers no MMA feminino, isso é verdade, mas em compensação vê-se mulheres com uma técnica impecável no chão. O exemplo óbvio é o de Ronda, que foi medalha de bronze nas Olimpíadas de Pequim. Em qualquer esporte, você precisa ser muito bom pra conseguir uma medalha olímpica, seja qual for. Ronda teve três lutas amadoras de MMA que venceu através de uma chave de braço ainda no primeiro round. Em suas sete lutas profissionais, o resultado foi o mesmo: sete vitórias no primeiro round com uma chave de braço. Eu acredito sim que ela é um fenômeno do MMA, porque não é qualquer pessoa que consegue exercer tal supremacia em combate.

Miesha Tate é outra lutadora que merece atenção.
E não é apenas Ronda que mostrou ser uma grande lutadora. Ainda temos nomes como Marloes Coennen, Sarah Kaufman, Miesha Tate, Cat Zingano e é claro, a brasileira Cris Cyborg, apesar de minhas ressalvas quanto ao doping dessa. Essas mulheres já fizeram lutas incríveis em suas carreiras, recheadas de técnica e principalmente garra. Garra. Essa é uma palavra chave. Eu já cansei de ver lutas amarradas e muito estudadas entre homens, com pouquíssima movimentação e golpes estrategicamente aplicados para não expor a si mesmo. Aquele bate e volta sem graça. Eu tenho visto muito mais dedicação nas lutas femininas, lutas que do começo ao fim as lutadoras tem dado tudo de si e partido pro combate sem dó. Mas eu não consigo entender como os fãs podem fechar os olhos para lutas tão incríveis, apenas por preconceito com a divisão.

Se você acha essa luta chata e sem técnica, eu acho você um idiota sem cérebro:


Entretanto, uma coisa que eu tenho uma crítica é quanto ao TUF que Dana White anunciou. Segundo o cartola do UFC, Ronda Rousey e a vencedora da luta entre Miesha Tate e Cat Zingano, serão as treinadoras do próximo TUF da promoção. Até aí eu achei ótimo, o problema foi o careca dizer que seria um programa misto, com homens e mulheres do peso galo, que vai até 61kg. Até mesmo Joe Rogan, que estava do lado do chefão na hora, ficou surpreso. Confira a reação dele:


Eu sei que o TUF sempre foi um programa para as massas, com a intenção de atrair o grande público para o esporte. Mas colocar homens e mulheres juntos no TUF? Eu não acredito que seja uma boa ideia. E não pensem que estou caindo em contradição e assumindo o discurso machista que critiquei a pouco, mas criar logo de cara um TUF misto pode ser prejudicial para a divisão feminina, que já tem problemas suficientes para se preocupar. Eu tenho quase certeza que o UFC vai buscar explorar o TUF misto da maneira mais comercial possível, procurando criar relações amorosas dentro do programa e talvez explorar a beleza e o corpo de alguma lutadora. Eu sinceramente espero estar enganado, mas acredito que a melhor opção seria um TUF exclusivamente feminino, para as mulheres terem o devido destaque e não que as relações que podem acontecer no programa, fossem o alvo do público. Mas dinheiro é dinheiro.

Se Ronda Rousey é a grande estrela do momento, a outra grande estrela é Cris Cyborg. Eu sou um grande crítico dos atletas que foram flagrados em exames antidoping, e já fiz alguns post sobre isso como este e este. Todavia, eu sinceramente espero que Cris Cyborg supere o episódio em que foi flagrada e que consiga excelentes resultados na promoção que atualmente tem contrato, o Invicta FC. Cris é uma nocauteadora nata, além de possuir um bom grappling. O sucesso dela é essencial para o o crescimento da divisão feminina, não só como potencial rival de Ronda Rousey, mas também para que o Invicta FC, que é um evento exclusivamente feminino, cresça e dê ainda mais destaque a divisão. E eu espero que esse evento dê certo, porque um eventual monopólio do UFC com a divisão feminina, como já está se concretizando com a masculina, não é um bom negócio. Nenhum monopólio é bom no esporte.
Aqui um dos clássicos da divisão, Gina Carano contra Cris Cyborg:


Por fim, eu não consigo enxergar motivos plausíveis para essa resistência ao MMA feminino. Para mim parece simplesmente machismo e ignorância. Eu enxergo a divisão de uma maneira totalmente diferente do que muitos fãs de MMA, eu vejo apenas motivos para torcer para as mulheres e seu crescimento no esporte. E eu sinceramente espero que mulheres como Ronda Rousey, Cris Cyborg e Miesha Tate mudem um pouco a cabeça de alguns.
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12 comentários:

  1. Cara, até concordo que uma pequena parte da não aceitação do MMA feminino pode ser creditada ao machismo, mas, na minha opinião é uma parcela insignificante.
    Eu acho que o que pega mesmo é que elas não tem poder de "destruição", exatamente como as categorias mais leves. Knock-outs raríssimos + jogo em pé sem pegada = pouca aceitação. Acho q é isso.
    Tá aí a matéria "A bolsa desproporcional dos leves" do Guga Noblat que não me deixa mentir.
    "No UFC o lutador vale quanto pesa. Parece piada, mas é fato. A diferença entre as bolsas pagas a atletas pesados e aos leves chega a mais de 400%. Não é conta errada nem exagero."
    Acho que o grande problema não tem nada a ver com serem mulheres, tem mais a ver com não conseguirem oferecer o que a quase totalidade do público quer ver. Jogo de chão e técnica são interessantes só pra quem é da área, não enche os olhos da torcida normal. Vide as críticas que o JSP recebe a cada luta.

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    Respostas
    1. Acredito que não seja uma parcela por machismo e uma grande parte por falta de combatividade em pé, penso que todo esse pensamento é uma mistura dos dois, sem um valor maior que o outro, mas desculpas fracas que se unem para desvalorizar o MMA feminino.

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    2. Não é que seja sem valor,pq não é, é uma conquista admirável, mas não é interessante, entendeu?
      Não tem graça, a não ser pra quem gosta MUITO de jiu jitsu, que, dentre as artes marciais mais usadas no MMA, é o que depende menos de força.
      E infelizmente shows só fazem sucesso quando são interessantes.

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    3. Seguramente diz isso porque não viu as lutas e knocks outs de Amanda Nunes, a leoa (recentemente a baiana foi contratada pela UFC). Usa o youtube e a tua opinião vai mudar

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    4. Acho bastante contraditório esse discurso de "é porque não tem poder de destruição." Mulheres possuem uma constituição física diferente dos homens. Isso não significa que as lutadores sejam mais fracas, mas a tendência é que elas tenham menos punch que os lutadores. Mas é um pouco injusto essa exigência uma vez que também se exige das lutadoras que não usem anabolizantes. Então temos que ser tão fortes quanto os homens, mas naturalmente, sem uso de anabolizantes? Cruel isso, heim? Observem as outras técnicas como movimentação, trocas de base e técnicas de chão e tentem mudar a perspectivas de vocês. Deem uma chance a nós.

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    5. Não é JSP e sim GSP!

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  2. ja tentei assistir, mas comparado ao masculino é uma merda... Agora, só pq são mulheres temos q assistir... não isso não, pois pelo menos isso posso escolher e vamos falar a verdade, é muma merda, uma enorme merda .

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  3. Acho que os comentários só provam o que acabei de escrever. De fato existem menos nocautes, mas isso não torna as lutas ruins. O MMA não é só nocaute e tem muito o que se apreciar nas lutas femininas sim. Tem lutas ruins? Claro, assim como tem lutas ruins no MMA masculino. Mas pra quem acha ruim, não é xingando e deixando de apoiar que as coisas vão melhorar. Eu espero que quem tenha criticado pelo menos tenha assistido algum dos videos que coloquei ou algumas outras luta na vida.

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  4. MMA pode ser até um esporte, mas UFC é um show, o que não dá espetáculo não empolga e não vende. Quem pagaria para ficar vendo jiu jitsu na tv?

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  5. Pois eu gosto muito mais com mulheres,elas de shortinho se agarrando em poses lindas é bem melhor que ver dois marmanjos suados se contorcendo um em cima do outro

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  6. mulé é bom pra fuder, pra tomar porrada tem que ser homi

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  7. Só vi gente idiota aqui. é uma pena. Vocês já tem o lugar de vocês no inferno !

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